Uma segunda oportunidade

Olhando para trás, acho que ninguém iria prever o que aconteceu... Alguns detalhes desvaneceram-se ao longo do tempo, mas outros, parece que vão ficando cada vez mais nítidos na minha memória. Eu tinha ainda 20 anos, jovem e com muito para aprender, mesmo achando que já sabia tudo o que havia para saber. Mas o tempo, e algumas pessoas, encarregam-se de mostrar o contrário... 

Costumava vê-la ao longe, quando me sentava com uns amigos em frente à escola onde ela estudava. Chamava-se Nina, e era linda! A sua pele era cor de chocolate, pouco mais clara que a minha, de olhos grandes e expressivos, e uns lábios grossos que faziam crescer água na boca. Embora mudasse frequentemente o estilo do penteado, lembro-me que naqueles dias usava o cabelo solto, volumoso, ondulando ao sabor do vento fresco de Outono. Já tínhamos conversado um pouco numa festa de um amigo comum, mas depois disso, nada, e limitava-me a vê-la, ao longe. Quase nunca estava sozinha, sempre acompanhada de amigas. O seu riso contagiava quem o ouvisse, e eu já só pensava numa forma de abordá-la, sozinha.

Alguns dias passaram, e a oportunidade teimava em não surgir. Mas quem quer, procura, e sabendo que ela trabalhava algumas horas por semana num café, arrisquei. "Olá, não sabia que trabalhavas aqui" - menti. "Olá, Ivan... certo? Sim, é um part-time que me deixa ser mais independente". De facto, ela era uma mulher independente, notava-se a léguas. Madura para além dos seus 18 anos, e sem rodeios. Aproveitei que o café estava vazio, e conversámos durante algumas horas, de tudo um pouco. A cada pedaço novo que vislumbrava dela, mais interessado estava... Repeti o ritual, e mal saía do meu emprego, nos dias que ela lá estava, ia para o café, pedia um galão e uma torrada (que passados uns dias já nem tinha de pedir) e ficávamos à conversa. No final da semana, ganhei coragem e perguntei se podia acompanhá-la a casa. Riu-se, dizendo que não precisava, mas lá aceitou. Eu estava nervoso o caminho todo, a imaginar diferentes cenários de despedida, mas quando finalmente chegamos, foi natural. "Então, é aqui que fico..." - disse ela, apontando para a porta do seu prédio. Sem responder, aproximei-me, e com uma mão nas suas costas aproximei-a de mim, beijando-a nos lábios suavemente. Foram apenas uns segundos, mas lembro-me perfeitamente que senti como se fossem horas. Era doce, e os seus lábios respondiam da melhor maneira. Senti finalmente a sua mão a percorrer as minhas rastas e com ela um arrepio pela espinha. Vi-a subir e a olhar de relance para mim uma última vez, sorrindo. Já tinha andado com várias raparigas, mas nunca com uma mulher...

O mês seguinte passou num instante, e mesmo sem colocarmos um rótulo, éramos quase inseparáveis. Estava com ela sempre que podia, a acarinhá-la, a beijá-la, a conhecê-la... Mas não deixava de ser um jovem de 20 anos, com tudo o que isso acarreta, e estava a tentar conhecê-la de uma forma mais íntima. Ela, no entanto, tinha outro ritmo, e o que na altura me chateou, hoje compreendo... Mesmo assim, lembro-me da primeira vez em que não me travou a mão enquanto a descia dentro das suas leggings. Estávamos sozinhos no seu quarto, no meio de longos beijos saborosos em que ela me chupava o lábio inferior em clara provocação. O meu tesão era visível e incontrolável, e arrisquei pela enésima vez, mas desta feita com sucesso. Senti-a molhada, mesmo por cima das cuequinhas, e lentamente acariciei-a, devolvendo a provocação... Os beijos eram mais intensos, e mais ainda ficaram quando passei a mão para o interior, deslizando um dedo dentro dela. Estávamos tão excitados, sentados naquela cama enquanto fazia o meu dedo penetrá-la ao máximo com a ajuda dos seus movimentos de anca. Claro que, como estava, tentei despi-la para seguir o rumo que eu pensava inevitável. Travou-me, a sorrir, e com uma mão no meu peito disse: "Hoje, aqui, não...". A minha cara devia espelhar o que sentia, e fê-la rir como já tinha visto várias vezes antes. "Mas não sou um monstro" - antecipou, enquanto punha ela a sua mão dentro dos meus boxers. Agarrou-me o membro, que já estava há muito a pulsar sozinho, e começou com movimentos suaves, mas firmes, acima e abaixo. Ao mesmo tempo, eu continuava a senti-la, ora deslizando até ao fundo, ora esfregando ao redor do clítoris. Tocávamo-nos um ao outro, não apenas no corpo. Com os rostos colados um ao outro, conseguia sentir a sua respiração a falhar por momentos, como se a prendesse sem dar conta, apenas para soltá-la com um gemido suave no meu ouvido. Uns minutos depois, sem conseguir resistir mais, culminámos numa explosão conjunta como eu nunca havia sentido antes, mesmo sem penetração. Foi como se um arco eléctrico tivesse passado dela para mim, eriçando todos os pêlos do meu corpo num orgasmo intenso que me fez sujar tudo... Ficámos uma meia hora só a olhar um para o outro, deitados ali, a sorrir.

Éramos um casal de jovens apaixonados, mas os tempos que se seguiram não foram fáceis, e assumo a minha culpa nisso... Era irresponsável e não pensava nas consequências dos meus actos, muito menos em como afectariam as pessoas de quem gostava. Tornei-me ciumento e controlador em relação à Nina, e hoje percebo que era apenas inseguro. Ainda hoje não entendo o que ela viu em mim naquele tempo. Quando me chamava à atenção, eu explodia, e embora nunca fosse violento, saía porta fora sem mais explicações, e deixava que o meu orgulho levasse a melhor, ficando dias sem ligar. Foi definitivamente a pior fase da minha vida, e não posso culpar mais ninguém por isso. Seis meses desse comportamento foram demais para ela, que com razão quis terminar. Afastei-me, mesmo sem compreender ou aceitar verdadeiramente... Foi a segunda melhor coisa que ela fez por mim. Deixei o emprego de merda que tinha, e formei-me em algo que realmente gostava, e que faço até aos dias de hoje. Talvez movido por querer provar algo, ou outra razão qualquer que não consigo explicar, o facto é que cresci. Passaram cinco anos, e embora me tenha voltado a envolver com algumas raparigas, todos os dias me lembrava dela, a mulher que me fez abrir os olhos. Sabia que ela também estava bem, mas não era justo regressar à vida dela, não ainda... 

Mas tudo mudou num só momento, não sei se por destino, acaso ou outra coincidência qualquer. "Bem me parecia que eras tu, Ivan" - disse ela, tocando-me no ombro, enquanto eu esperava na fila do supermercado. "Olá Nina, como é que vão as coisas?" - respondi de forma envergonhada, enquanto me debruçava para dar dois beijinhos no rosto. O cheiro, mantinha-se o mesmo, fazendo mil memórias passarem-me num instante pela mente... Conversámos um pouco, de forma descontraída. Ela continuava linda, desta vez a usar o cabelo entrançado. Vestia umas calças pretas justas e um top listado, com um casaco, longo e cinzento, pois o frio do inverno fazia-se sentir. "Abandonaste as rastas, estou a ver, mas gosto" - disse ela a certa altura, elogiando o meu novo estilo, mais maduro segundo ela. Despedimo-nos, mas se já era difícil antes, tornou-se impossível tirá-la da cabeça. 

No dia seguinte ganhei coragem e enviei-lhe mensagem com um convite para jantar. Se ela aceitasse, no pior dos casos eu teria oportunidade de pedir desculpa pelo meu comportamento de antes... Demorou, mas aceitou, na condição de que pudesse escolher o restaurante. Fez-me sorrir porque era típico dela. Correu lindamente, conversámos como velhos amigos, confortáveis um com o outro, e eu conseguia ver no seu olhar que estava genuinamente feliz com os meus sucessos, como eu estava com os dela. A nossa ligação era especial, e algo assim não é quebrado facilmente, a menos que deixemos, como acontecera antes, por culpa minha... Rimos e falamos seriamente, e o meu coração batia mais forte no final sabendo que poderia ficar por ali. "Temos de repetir" - atalhou, para meu espanto, e eu acenei com o mais autêntico sorriso.

De facto repetimos, várias vezes nas semanas seguintes, e o primeiro beijo dessa altura soube ainda melhor que o primeiro de todos... Agora pensava nela, no que ela sentia, no que ela merecia. Sabia que não poderia desperdiçar uma segunda oportunidade. A chama não nasceu do nada, foi reacendida, e talvez por isso tenha alastrado mais rapidamente. A nossa ligação física, carnal, sempre foi muito intensa também, mas queria que a reconexão fosse especial. A ideia inicial era levá-la de viagem, mas só conseguiríamos dali a uns bons meses e eu não era capaz de aguentar tanto tempo. Disse-lhe para preparar apenas uma muda de roupa e um biquini, e que eu a apanharia. Vendei-lhe os olhos e seguimos viagem. Curiosa como era, tive de impedir várias vezes que espreitasse, e mesmo quando se resignou, as perguntas eram muitas. "Vamos para muito longe?", "Porquê um biquini com este frio?". Mas o que me deixou sem palavras veio depois. "Espero que a venda não seja para usar apenas durante a viagem..." - afirmou, dando duas leves palmadas na minha perna. Aquilo deixou-me arrepiado e excitado, de tal forma que foi bom ela não poder ver, ou de outra forma acho que teríamos de fazer uma paragem não programada.

Finalmente chegámos. Abri o portão com o cartão, estacionei, e ajudei-a a subir. Já no quarto, desvendei os seus olhos. Ainda a habituar-se à luz, mas claramente surpreendida, exclamou: "Motel 7even!? Finalmente, a realizar um pedido que já tem anos!". Era verdade, era um desejo antigo dela que eu nunca cheguei a realizar, e agora finalmente tinha essa oportunidade. O quarto era em tons de terra, tinha uma cama enorme, e um jacuzzi num espaço separado, elevado do resto. A meio, tal como havia instruído, uma mesa posta, com velas e uma refeição em base quente à nossa espera. Cheirava a algo oriental, nem sei explicar o que era, mas preenchia o quarto de uma atmosfera especial. Puxei a cadeira para que se sentasse, e assim fez, com um sorriso que teimava em não largar o seu rosto. Servi-nos aos dois uma dose do risotto de gambas, e um copo de vinho tinto. Brindámos aos reencontros e saboreámos a refeição. "Como te está a saber?" - perguntei. "Bem, mas sabes que gosto de comer algo mais... queimadinho." - respondeu, com um olhar safado que já não via há muito, muito tempo. "Consegues esperar pela sobremesa?" - devolvi.

Sem perder tempo, levantou-se e saltou no meu colo, beijando-me sem reparar que tinha acabado de derrubar um dos copos. Levantei-me, e pousei-a na cama, mas ela já estava a desabotoar a minha camisa com uma velocidade impressionante. Ela queria tanto quanto eu... Retribuí, despindo a sua blusa por cima da cabeça, e voltando a beijá-la, como se precisasse disso para respirar. Agora era a vez das minhas calças, mas fez-me apenas sinal para as baixar depois de me tirar o cinto. “Começas bem com provocações, depois não te queixes” - disse eu, a sorrir. Sem resposta, ela tirou o soutien branco, rendado, que trazia. Antes de baixar as calças, tirei algo do bolso, e revelando o que era, disse: "Lembras-te do que me disseste no carro?" - e vendei-a novamente. Ela estava exposta, vulnerável, mas eu hesitei, apenas o suficiente para apreciar a sua beleza. 

Aproximei-me e em beijos, fiz o caminho da sua boca ao pescoço, do pescoço à clavícula que sabia que era um ponto fraco, e depois ao peito, e aos mamilos, um de cada vez. Desci mais ainda pelo meio da barriga, fazendo-a encolher-se à minha passagem. Desapertei as suas calças sem parar de beijar, tirando uma perna de cada vez. Como esperava, as cuecas faziam conjunto com o soutien, e tal como ele, tinham de sair. Fi-lo devagar, de forma provocante, um pouquinho de cada lado, e ia lambendo o que ficava a descoberto. Quando ficou finalmente despida, dei-lhe um único mas prolongado beijo de língua, no local mais quente, e levantei-me. Dirigi-me ao jacuzzi, tirei os meus boxers e entrei. “Vens?” - perguntei. Ainda estava meia atordoada com a interrupção repentina, mas retirou a venda, levantou a cabeça, sorriu, e veio ao meu encontro. “Eu avisei-te” - disse eu, oferecendo a minha mão para que não se desequilibrasse a entrar. “Vamos ver” - respondeu, e sem demora colocou-se de pé onde eu estava sentado. Uma perna de cada lado, com uma delas no nível de cima, o seu sexo a centímetros da minha cara. Ia fazê-lo de qualquer forma, mas a sua mão a empurrar a minha cabeça não me deixava outra hipótese... Beijei-a de novo, soltando a língua, provando a sua excitação. Chupei até um pouco, sem abusar, deixando-a encharcada em pouco tempo. Com um dedo, o mesmo que havia iniciado a nossa aventura sexual há anos, penetrei-a. Contudo, esse mesmo dedo tinha aprendido umas coisas neste intervalo. Levei-o até ao fim, fazendo-o regressar completamente molhado. Repeti este movimento, cada vez com algo diferente, estimulando áreas novas. A língua estava focada no seu órgão mais sensível, acariciando-o com movimentos suaves. Os gemidos eram baixinhos mas facilmente perceptíveis. De relance conseguia vislumbrar o meu pau já erecto, metade fora de água. Desviei-me de entre as suas pernas e pu-la de joelhos, debruçada para a frente, apoiada na beira do jacuzzi. Beijei a sua boca e sussurrei: “Tinhas saudades disto?”, no preciso momento em que eu abria caminho lentamente dentro dela. A única resposta que precisava vi-a no rosto dela, fechando os olhos em prazer enquanto o meu pau duro chegava às suas profundezas.

Segurando as tranças com uma mão, e o rabo com a outra, acelerei, fodendo como nunca havíamos feito antes. Já havia ondas no jacuzzi, batendo nos corpos enquanto eles próprios batiam um no outro. Estocadas mais fortes, mais profundas, fazendo-a gemer mais rápido. Sem avisar, ela apoiou os pés de novo, mas deixou o rabo empinado. Agora também ela correspondia. Estávamos em transe, num modo quase selvagem, mas sabia o que aí vinha e fiz acontecer. Agarrando os seus seios, enterrei o meu pau o máximo possível, retirando-o e voltando a penetrar com violência. O ritmo era mais lento, mas cada pancada trazia-a mais próximo do clímax. Quando finalmente a senti entregar-se ao Prazer, com gemidos mais altos e ofegantes, deixei-me ficar bem dentro dela, e pude sentir as contracções de corpo inteiro, fazendo-me sentir parte dela naquele momento tão íntimo e intenso...

“Tu assim destróis-me” - disse, extasiada. “Impossível destruir algo que está ainda a metade” - respondi provocantemente. Saí do jacuzzi, levantei-a e sequei-a minimamente. Sabia que eu também não durava muito mais, mas peguei-a ao colo, aterrando-a de novo na cama. Beijámo-nos novamente, e sem demora, voltei a deixar-me entrar. Os movimentos eram mais calmos e ritmados, como se fôssemos nós agora a fazer a cama ondular, como um só corpo. Depois de todo aquele tempo, ainda era ali, com ela, que me sentia mais seguro, mais confortável, mais "eu". E pelo seu olhar, sabia que ela sentia o mesmo... De lado, continuávamos, lenta mas profundamente, os meus beijos passando dos seus lábios para os seus seios, que agarrava firmemente com uma das mãos. Mas a bonança durou apenas uns minutos, suspeito que apenas o suficiente para ela se recompor, porque a dado momento cruzou as pernas nas minhas costas, fazendo-me ir mais fundo, e a lançar a cabeça para trás, expondo-me o seu pescoço para que o beijasse, mordesse, fizesse dele o que quisesse. Eu estava a enlouquecer com tudo aquilo, mas nada me havia preparado para o que se seguiu. 

Num movimento fluido e rápido, saiu debaixo de mim, beijou-me os lábios, e agora lentamente, de costas para mim mas olhando para trás, sentou-se no meu pau molhado, engolindo-o por completo. Sei bem o objectivo dela naquele momento, mas não me retive. Às sentadas violentas dela, eu respondia subindo o meu corpo o máximo que conseguia, segurando o dela para não se desequilibrar. Estava no limiar da loucura, a aproximar-me da explosão, e ela sentia-o. Deixei-me ficar e só me lembro de vê-la, a roçar-se desenfreadamente, cabeça inclinada, a gemer mais alto. Num turbilhão de sentidos e sentimentos, voltei a sentir o seu corpo em convulsão completa, com um longo gemido simultâneo a acompanhar. E antes de parar por completo, as suas vigorosas contracções, que desta vez me drenaram numa maravilhosa explosão a dois! Foi como se tudo culminasse naquele instante, a minha redenção e o momento em que ela me recebia de volta, por inteiro... Como um "déjà vu", ficámos deitados, um no outro, a olhar-nos, sem forças para mais do que doces beijos. Mas ainda voltámos ao jacuzzi para mais uma quente aventura nessa noite inesquecível.

Outro acontecimento, ainda mais especial, marcou essa noite. Quase dois meses depois recebemos a notícia de que a Nina estava grávida do nosso Yuri, que veio na melhor altura possível. Foi ele a melhor coisa que ela fez por mim, de longe... Sou grato todos os dias por isso, pelo facto de ter percebido a tempo que podia crescer, e ainda mais por ter tido uma segunda oportunidade com a Mulher da minha vida!




Comentários

  1. WOW...
    Realmente fiquei muito impressionada com cada parte do texto...Como a vida da muitas voltas.
    O mais impressionante é que quando estava ler senti-me que ela era eu,parecia um filme, não sei explicar é muito estranho,tudo o que ela sentia eu sentia.Estava ler com muito cuidado e concentração no meu quarto as escuros e tudo estava a passar pela minha cabeça.
    Adorei mesmo espero que não demore muito pelo seguinte ����

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