Um renascer

Olha para mim... Olha nos meus olhos, e vê como transbordam de luxúria. Se ao menos te visses através deles, nunca mais baixarias a cabeça ou franzirias o nariz a olhar-te num espelho... És fogo, e de mim fizeste um pirómano.

Agora prova os meus lábios. Beija-os e sente como sabem a paixão. Sabe que ninguém mais consegue senti-lo, simplesmente porque são os teus a beijá-los... Mentaliza-te disso, e nunca mais te julgues por saboreares algo fora de horas... És uma droga, e deixaste-me viciado.

Toca-me... Sente como me arrepias a pele quando o fazes, e o arco eléctrico que provocas quando aproximas o teu corpo do meu. Toma consciência disso, e nunca mais te contenhas ou te encolhas quando eu chegar... És fruto proibido, e de mim fizeste pecador.

Cheira-me. E deixa-me cheirar-te. Sem perfumes ou tretas, quero o teu cheiro cru, aquele odor que me transporta para um lugar melhor quando me perco no teu cabelo enquanto deitas a cabeça no meu peito. És veneno, e vais fazer-me ceder.

E escuta-me... Ouve quando te digo que és a mulher mais linda do mundo; quando te desejo um bom dia de manhã, ou quando te sussurro ao ouvido que te amo. Mas ouve também quando estou perdido por ti e te explico o que vou fazer para te proporcionar prazer. Quando te provoco, atiço e finalmente posso também eu ouvir-te, os teus gemidos que me deixam louco. És melodia, e eu quero fazer-te vibrar...

Não tens ideia de como mexes com todos os meus sentidos, e como me fazes desejar mexer com os teus. Baralhas-me completamente, e basta entrares na divisão para me causares sensações sinestésicas. Ao olhar para ti, lembro-me do teu cheiro. E ao tocar-te, só consigo pensar no teu sabor...

Não sabes como me custa ver-te menosprezar o objecto do meu desejo. Queixas-te que começam a aparecer as rugas? Não são mais que as marcas de uma vida bem vivida, e ai de ti que contenhas um sorriso com medo delas. As estrias, que mal se vêem? Usa-as como medalhas por algo que nunca vou ser capaz de retribuir: os nossos filhos, fruto dos nossos pecados, ou por todo o esforço que fizeste em perder aqueles quilinhos que achaste demais.
E quantas vezes tenho de te ouvir falar da celulite? Que se foda a celulite! Achas que eu reparo nela quando lentamente te dispo e me deslumbro com a tua figura à minha frente? Mais do que o teu corpo, eu quero a tua essência, a tua alma nua. Quero que te exponhas, que confies em mim e te deixes vulnerável nas minhas mãos. Sabe que bebo o meu prazer do teu, e nada mais importa do que transcendermos os dois, juntos...

Quero voltar a surpreender-te de manhã no duche, sem que te preocupes se estás atrasada. Beijar-te profundamente com a água quente sobre nós, e encostar-me a ti para que sintas como me deixas. Beijar-te o pescoço, e mesmo molhada, conseguir ver-te arrepiada, sorrindo p'ra ti como um puto que conseguiu o que queria. Apertar-te junto a mim com uma mão no teu ombro e a outra na tua cintura. Sussurrar-te ao ouvido "vira-te", e tu saberes imediatamente o que fazer. Ajudo-te a colocar a perna na beira da banheira e volto a beijar-te quando viras a cara p'ra mim. Já estou erecto, e sinto como estás molhada antes de me deixar fazer parte de ti. Lentamente, penetro-te profundamente, e oiço-te soltar os primeiros gemidos, só abafados pelo barulho da água a cair e a respingar entre as batidas dos nossos corpos.

O calor é tanto que a água até pode até gelar que acho que não damos conta. Mesmo assim, conduzo-te para fora da banheira, e gentilmente deito-te no tapete. Beijo-te de novo, e olho-te nos olhos antes de te dizer "como te quero...". Agora sorris tu, e antes que soltes alguma palavra, afundo-me no teu corpo. Lá está o teu cheiro que me enlouquece, que a água só realçou. Toda a visão é perfeita, mesmo enevoada do vapor quente. Provoco um pouco o teu ventre, sentindo-te recuar. Seguro-te e continuo, conheço bem os teus botões e como reages... Espreito e vejo-te de cabeça arqueada para trás, a morder os lábios. Sei que é a oportunidade para te levar ao abismo do prazer. Levanto-te e coloco-te de quatro, mas com os teus cotovelos apoiados. Faço o trajecto do teu rabo ao teu pescoço com a mão, e seguro-te o cabelo, mantendo a tua cabeça baixa. Beijo-te o sexo e deliro com o teu sabor. És deliciosa, nem sabes quanto... Tenho de te segurar porque os teus movimentos acentuam-se à medida que a minha língua se aventura.

Mas chega... É altura de mais, e deslizo dentro de ti novamente. Como estás molhada... Embora solte o teu pescoço, continuas com a cabeça no tapete, e eu seguro as tuas mãos como se estivesses algemada. Naquele momento, és minha. Mas também eu sou teu, e nem sonhas como és dona de mim. Acelero, ao ritmo dos teus gemidos doces, mas quando te sinto a aproximar, paro, bem no fundo. Aproveito, e devagar, puxo-te o cabelo p'ra aproximares o rosto de mim e poder beijar-te os lábios. Mordo-te o inferior e pisco-te o olho. Seguro-te perto agora, no peito, e tu com as mãos por trás de ti, na minha cabeça. Quero estar colado a ti. Continuo com os meus movimentos, em sintonia com os teus, e pela força que fazes, sei que é hora... Quero partilhar contigo o momento e sigo com estocadas mais fortes agora. Sinto um turbilhão de sentimentos a invadir-me. O teu cheiro, o som dos teus gemidos, a visão do momento, o teu toque e o teu sabor quando te beijo, levam-nos ao limite! Aperto os teus mamilos enquanto sinto os teus espamos de prazer, nos teus braços, nos teus gemidos erráticos, em como me apertas o membro, fazendo-me explodir. "Solta-te" - digo ao teu ouvido, e uns segundos depois, perdes as forças caindo nos meus braços...

Quero tudo isto e mais. Sentir-me um só contigo, no amor, no sexo... Que percebas que é tão romântico o piquenique na praia ao entardecer, como quando te fodo estando tu amarrada aos postes da cama. Apenas porque tens tudo de mim, e tu, tu és tudo para mim.